No carnaval que passou




Talvez devesse ter rasgado o decote
Purpurinado os olhos
Avermelhado os lábios
Arrematado os cabelos com pluma
Num exibido coque.
Ter relembrado as marchas
Aprendido novos sambas
Novos passos
Equilibrado nos saltos
Num exibido porte.
Desfilado o coração na avenida
Na rua de casa
Na calçada da esquina
Em frente à TV
Em cima do colchão.
Quem sabe ter virado o copo
Engolido os medos
Embriagado as dores
Vomitado os desamores
Ter ressaca de paixão.
Talvez devesse ter brincado o carnaval
E dormido sobre as cinzas.

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