Metamorfose

                            
Seda me reveste em fios.
Emaranhado a proteger-me
Do sol
Da chuva
Do céu que não vejo
Do frio.
Casulo escuro, mas quente!
Envolve-me
Confunde-me
Sem perigo iminente.
Não grito, escuto
Não corro, repouso
O que ouço, silencio.
Sem desespero espero
Que a metamorfose aconteça.
Rompendo-se num lampejo
A lagarta desapareça
Arriscando-me aos céus, me vejo
Voando livre, borboleta.

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